domingo, 23 de dezembro de 2007

Alegria não é Natal

Meninas na nossa confraternização! Muito bom!


Por que a gente parece que é mais feliz e esperançoso no natal e no ano novo? Eu tava pensando nisso ontem... Nessa época do ano em todo lugar que você vá, independente da hora, sempre se encontra grupos de amigos trocando presentes e sorrisos entre uma garfada e outra, entre um gole e outro. Nada contra. Eu adoro isso,que bom que acontece, mas por que só no fim do ano? Alguém pode soltar aquela velha resposta anti-capitalista que isso é influência da mídia para nos fazer comprar os seus produtos e lá vai abobrinha, mas eu respondo com uma outra pergunta: por que a gente não faz mais encontros assim durante o ano? A gente tem que ser feliz o ano todo!!! Quer coisa melhor do que juntar as pessoas que se gostam e ficar conversando bobagem? Tirando foto (!!!) e beliscando um salgadinho?



Felicidade não é natal que só acontece uma vez por ano. Felicidade tem que ser como escovar os dentes: todos os dias e mais de uma vez! A gente tem que tentar sempre trazer mais alegria para os nossos tão corridos e curtos dias.



Uma sugestão para 2008: vamos fazer pelo menos um natal todo mês?!!! Não precisa gastar dinheiro com presente não. Dê de presente a alguém que você gosta muito um bilhetinho, um chocolate, um abraço quando a pessoa menos esperar, um "eu adoro vc" pelo celular, uma conversa animada enquanto espera alguma coisa. Vamos produzir os nossos momentos de alegria. A vida fica bem mais leve e faz bem pra todo mundo!!!





SEJAMOS FELIZES SEMPRE!!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Vontade



Hoje me deu vontade de voltar pra casa.


Não "pra casa, pra casa" minha casa, espaço físico que deixei há seis anos


Deu vontande de voltar para coisas que remetem à minha casa, minha terra


Deu vontade de ir à feira, de comer farinha quentinha direto do saco


Vontade de tomar banho de chuva voltando pra casa sem a menor preocupação


Vontade de ficar no escuro da sala com um abajur ligado fazendo sombras com a minha irmã


Deu vontade de sentar no batente da calçada e ficar vendo o tempo passar e sentindo o frio da noite chegar


Vontade de ficar em casa vendo sessão da tarde e comendo leite ninho com açúcar.


Nunca mais eu comi leite ninho com açúcar... Nem fiquei na calçada...


O tempo vai passando e a gente vai arrumando outras coisas para fazer que também são muito agradáveis, mas nunca tem o mesmo sabor. Parecem fugazes de mais se comparadas às de antigamente... Será que antigamamente era, realmente, melhor???

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007




Gosto de futebol. Não jogo nadinha, posso não saber cada regra - mas sei o que é um impedimento (!!!), não fico muito contato ponto – vou lá na tabela e olho – mas gosto de assistir a eles. Ontem pude me encantar mais uma vez com algo que já chama a atenção há algum tempo. Independente de qualquer bela partida bem disputada dentro de campo, sem a torcida seria muito diferente.

Eles são difíceis, é verdade. Um bom exemplo disso são os jogos da seleção brasileira. Se estiver ganhando e jogando bonito, louros. Se empatar e começa a jogar feio, espinhos. E se perde então é o apocalipse! Eu sinceramente acho que essas coisas deveriam ser bem ponderadas. Da mesma forma que o time se sente estimulado quando a torcida canta hinos e incentiva também se sente desamparado quando vêm as vais e rangeres de dentes.

Mas nem sempre eles podem fazer tudo sozinho. Que os digam os fies torcedores Corinthianos, agora na segunda divisão. A torcida viajou quilômetros, cantou da saída até o último minuto de jogo. Mas não adiantou. Uma coisa ninguém pode negar: a participação da torcida no jogo foi linda. Cantando, gritando, roendo unha, rezando. Não importa. Foi muito bonito. E olhem que quem está dizendo isso é uma torcedora do campeão brasileiro!

Esse ano eu tive a oportunidade de assistir à um jogo do São Paulo ( time que amo) contra o Sport (time que eu detesto) e confesso que quase não prestei atenção no jogo. Ficava abestalhada olhando pras torcidas. Caetaneano... é lindo... E o que mais me deixou ecantada, pasmem, foi a torcida jovem do rubro-negro. Lindo quando eles pulam, quando sobre o bandeirão, quando comemoram um gol! A torcida do tricolor mesmo sendo minoria também deu seu show. O placar foi 2X1 pra o São Paulo mas nesse jogo a torcida da Ilha foi quem ganhou.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ratificando inveracidade do dito

Eu e Mariah adoçando uma longa noite de trabalho

Quem foi mesmo que disse que a primeira impressão é a que fica? Quem foi que inventou uma mentira tão deslavada assim? No mínimo uma pessoa muito preguiçosa que não queria se dar ao trabalho de tentar aprofundar os contatos para verificar se aquilo era aquilo mesmo.
Eu já tive vááárias provas que de esse ditado popular não procede. Euzinha sou um exemplo disso! Várias pessoas com quem convivo hoje já me disseram: "Aff, Gil. Eu te achava tão chata antes de te conhecer.." Prestaram atenção no tempo do verbo? A-CHA-VAAA. Pretérito de "não acho mais"!! Ou será que apenas se acostumaram com a minha chatice?? ui! Não precisa responder!! :) (Aproveito para fazer uma enquete: quem também achava isso, por favor, se manifeste! Só por curiosidade...Pode falar, tenha medo não!! hehehe)


Bom, disse tudo isso só para dizer que a vida me mostrou mais uma vez que isso não é verdade. Pelos corredores e salas de aula do Decom eu sempre cruzei com uma menina magrinha de cabelos bem pretos e eu olhava e dizia "Não gosto dessa menina". E olhem que ela nem nunca tinha me dirigido a palavra! Mas sabe quando o santo não bate? Pois é.. aí ela veio trabalhar comigo e ultimamente temos estado mais próximas. E hoje eu posso dizer com mais certeza que A PRIMEIRA IMPRESSÃO NÃO É A QUE FICA MEEESMO!!


Maguinha, gosto muito de tu tá??!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Regresso sem partida


Voltei
Fui sem nem sair do lugar
Agora começo a voltar
Pra onde nem eu sei
Cheguei
E agora que aqui estou
Não quero mais estar
Fico, de novo, querendo voltar
Para o que ainda nem passou
Eu sei
Sei?
Será que vai ser diferente?
Tem coisa que só a gente sente
Que um alto preço pagarei
Irei
Mesmo com todas as pedras
Dar as passadas mais certas
Fingindo que não tropeçei
Sorrirei
Quando perceber que já passou
Quando perceber que chegou
O que é meu, que sempre terei.
Voltei quando cheguei
E sei que ainda irei
Sorrir sem precisar ir,
Ter de volta o que não foi
E também o que está por vir.


domingo, 15 de julho de 2007

Soma da vida




Um dia a mais.
Um ano a mais.
Um quilo a mais.
Um receio a mais.
Um desafio a mais.
Um peso a mais.
Um êxito a mais.
Um fazer a mais.
Um saber a mais.
Um descanso a mais.
Um grito a mais.
Um som a mais.
Um olhar a mais.
Um corpo a mais.
Um gozo a mais.
Um desprazer a mais.
Um pesar a mais.
Um dia a menos.




quinta-feira, 5 de julho de 2007

A nostalgia na modernidade

Foto: Serginho Costa

Você já parou para pensar quando foi que recebeu a sua última carta? E quando enviou a última? Sim. Carta!! Pegar um envelope, selar e colocar no Correio? Pegar uma caneta e deixar que ela corra no papel dando formas a muitas letrinhas que expressam algum tipo de sentimento? É, eu também me fiz essa pergunta e não consegui achar a resposta...


Com essa modernidade que há muito já bateu à nossa porta e que a cada momento nos atropela numa velocidade assombrosa, acabamos deixando algumas coisas de lado. Todo o calor que antes era transmitido em uma carta, agora é substituído por fontes dos mais variados tipos e tamanhos e que são enviados como num passe de mágica. Uma mensagem que levaria alguns dias para chegar ao destinatário através do Correio, por exemplo, agora chega em questão de segundos.



E a questão de velocidade e tempo também nos remete a uma outra observação. Você já parou para observar que a falta de tempo nos deixa, digamos, mais acomodados? (Alguns que se sentem ofendidos pela palavra “acomodado” preferem usar uma outra: “prático”. Será??) Tudo bem que tenhamos que acompanhar o ritmo dos tempos. É até importante que façamos isso. Mas a tal falta de tempo também muda nossas formas de comunicação. Não temos mais “o tempo” de parar diante do computador e falar como estão as coisas conosco ou para saber como estão as coisas com a outra pessoa. Nossas caixas e-mails ficam lotadas de mensagens em massa ou correntes que são enviadas pelos amigos. Algumas simplesmente selecionamos os contatos que estão armazenados e apertamos em “encaminhar”.


Além disso, um outro vício se instala: o internetês. Abreviações usadas na hora de digitar um texto. Quem é freqüentador das salas de bate-papo sabe bem o que é isso. Na língua portuguesa, a palavra surgiu como “vossa mercê”, depois passou para “vos micê”, depois para “você” e que hoje já virou “ce”. Para quem não tem muita intimidade com a linguagem fica difícil entender o que está sendo dito.


Depois dessas observações você pode estar pensando que sou contra tudo isso. Não. Não é isso... Também faço parte desse mundo cibernético! Mas, como muitas pessoas antigamente, não dispenso os bons e velhos papel e caneta! É apenas um momento nostálgico inserido entre bytes e gigabytes.

domingo, 1 de julho de 2007

Sempre vale!


Essa é uma postagem meio atrasada mas como o sentimento é bom é válida em qualquer data.
Depois que me mudei para João Pessoa, este foi o primeiro ano que passei feriado de São João em casa, em Caruaru. Foi tudo ótimo e fizemos uma viagem no tempo (e ao mesmo tempo me dei conta do presente. Isso explico já.)

Combinei com minha mãe de fazermos pelo meu avô o que ele fazia por nós quando os netos eram pequenos: acender a tradicional fogueira, assar milho nela ouvindo um forrózinho e com toda a família reunida.


A fogueira foi acesa, as comidas postas na mesa, mas nem todo mundo veio como antes. Cada um com suas programações, mas fiquei muito feliz porque as pessoas que estavam lá, estavam porque queriam e não por uma obrigação familiar e foi muito divertido. Eu, minha irmã e meu cunhado voltamos a ser crianças soltando fogos de artifícil. Até chuvinha nós soltamos!!!



Depois de relembrar o passado foi a hora de ver como as coisas agora estão diferentes. Antes, eu e a galega (minha amiga Beth) apenas nos arrumamos e iamos pra festa. Agora, temos que esperar Gabriel, filhinho dela e de Paulo dormir para poder sair. Ele é quem manda agora e nós, obedecemos sem nem questionar!! Chegamos no Pátio às 2H!! Hora que ele foi dormir! Como as coisas mudam!!!

Essa é a pessoinha que manda em nós!! Lindoooo!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Só hoje...

Foto: Ségio Costa


Hoje 'stou triste, 'stou triste
(Fernando Pessoa)



Hoje 'stou triste, 'stou triste.
'Starei alegre amanhã...
O que se sente consiste
Sempre em qualquer coisa vã.

Ou chuva, ou sol, ou preguiça...
Tudo influi, tudo transforma...
A alma não tem justiça,
A sensação não tem forma.

Uma verdade por dia...
Um mundo por sensação...
'Stou triste. A tarde está fria.
Amanhã, sol e razão.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Elas

Foto tirada em um fim de tarde da janela do meu ex-quarto

Gosto da palavra.

Pensada, escrita, dita
Bem dita, mal dita
Da palavra sugerida
Sem nunca ter sido diretamente proferida
Gosto do gosto das palavrinhas que ficam na ponta da lingua
E nas entrelinhas, ininhadas em significados subjetivos
Ou objetivos de cada sujeito-objeto.
Palavra falada mesmo quando se cala
Mas que se faz entender .
Gosto da palavra vista no barulhento silêncio do gesto.
Palavra que se diz perto, esperta e disperta a vontade de ouvir.
Gosto da palavra sentida
Mesmo que pareça perdida no poder da dor ou na energia da alegria.
Palavra que cria. Palavra que assim seria mesmo que não quizessemos que fosse.
Gosto de palavras doces. Que encantam por um enquanto, um canto, em qualquer canto.
Palavras que azedarão um dia, mas que significarão tanto.
Palavras.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Vale a pena

Foi assim, mexendo, brincando, criando, redescobrindo as palavras que esse grupo chamou minha atenção assim que subiu no palco. Esse fim de semana tive a oportunidade de conhecer e me encantar com o Teatro Mágico. Vindos do Mundo de Os... Osasco, eles fazem uma apresentação que fica até difícil de rotular. Tem circo (nos rostos, nas roupas e nas acrobacias), tem teatro, tem música. Músicas sempre muito criativas sejam elas mais românticas ou mais dançantes. Enquanto eu buscava uma definição para o tipo de música deles me veio uma coisa na cabeça: eles são, cada um a sua maneira, como o Cordel do Fogo Encantado de São Paulo. Cada um com seu estilo, mas ambos com muita criatividade e carisma. E não é que ele cantou trechinhos de música de Cordel? Quase enlouqueço!! :)

A apresentação é contagiante e me surpreendeu a grande quantidade de fãs do grupo aqui em João Pessoa. Aí embaixo tem a música que eles abriram o show. Espero que depois de ler vocês sintam vontade de conhecer um pouco mais o grupo. Vale a pena!


Sintaxe À Vontade
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli

"Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
Bem vindo ao teatro mágico!
sintaxe a vontade..."

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro e o outro no um
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?







quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ouça sempre!!!!


Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?


Já dizia Renato Russo...
Depois do que aconteceu ontem acendeu em mim a certeza de que devemos sempre ouvir o nosso coração sem questionar. Foi algo simples,mas muito bom!! Estava eu no shopping, indo pro trabalho, quando resolvo, sem motivo aparente, sair por uma outra saída do shopping. Na porta, dou de cara com a minha amiga Izabela!! Fiquei super feliz!! Já faz algum tempo que nossos caminhos se distanciaram. Cada uma trilhando seu em direções diferentes.Mas o sentimento que temos uma pela outra nunca mudou. Saí pela rua com um sorriso no rosto e uma sensação de que o tempo tinha voltado e eu estava pelas ruas da minha cidade, encontrando pessoas queridas pelo caminho. Conversando com uma amiga de trabalho, ela ficou emocionada com a história!!

Gente, pode parecer bobagem, mas ouçam sempre o coração de vocês!! Isso pode lhes trazer ótimos momentos!!!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

A princesa


"Caruaru, do meu Bom Jesus do Monte

Pra quem vive tão distante

Por força do destino

Ai, Caruaru, dos meus tempos de menino"





Essas palavras cantadas pelo singular Azulão tem uma força enorme para quem, por força do destino, está longe. Estar longe já é motivo para relembrar de muitas coisas principalmente do nosso tempo de menino. O meu, em Caruaru, foi muito bom. Poder correr pelas ruas do bairro toda tarde sem preocupação, jogar bola na rua da minha avó e ouvir a vizinha reclamando sempre que a bola batia na porta dela, na época de carnaval ir atrás das Ala Ursas e ficar vendo o ensaio dos maracatus que desfilavam pelo bairro (escuto o som daqueles tambores até hoje e me influênciaram muito). Sem fala no mela-mela no meio da rua (que eu sempre levava desvantagem). Ir ao cemitério Dom Bosco com minha avó no domingo e enquanto ela rezava para minha bisa, eu ficar brincando de "bicho de se esconder" com meus primos (porque lá se fala assim). Pegar tanajura, só pela farra mesmo, já que eu detesto até o cheiro delas! Ir ver os fogos no São João lá no campo do Central (que no final das contas não dava para ver nada de tanta fumaça). Ficar tomando banho de chuva. Ir para a barraca que do meu avô na feira (é a cantada po Luiz Gonzaga sim!!) e ficar comendo punhados de farinha bem quentinha.



Foi em Caruaru que eu cresci, que aprendi muito do que hoje carrego comigo. Foram 18 anos vividos lá. Inesquecíveis 18 anos que estão muito bem guardados dentro de mim. Faz pouco mais de 5 anos que Caruaru virou minha terra de alguns fins de semana, mas que nunca vai sair de mim.



Hoje a cidade completa 150 anos e enche ainda mais meu coração de saudades!!

domingo, 13 de maio de 2007

Para ela.Para todas.



"Poema"
(Cazuza / Frejat)

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás


Esse Poema, que hoje ouvi na voz de Ney Matogrosso, é a minha homenagem a minha e a mãe de todo mundo. Mulheres formidáveis, cada uma à sua maneira, que são fonte de inspiração, força, carinho e admiração. Mais uma vez não pude estar juntinho da minha hoje. Cerca de 260 quilômetros nos separam, mas ainda bem que existe uma forma de estamos sempre bem perto uma da outra: no coração e em pensamento.

Diferente da música, eu não tive um pesadelo, mas demorei uma eternidade para conseguir dormir. DVD, livro, nada me ajudou a mergulhar no mundo de Morpheu. Pensei muito na minha mãe, em como eu queria estar com ela hoje para que ela não se sentisse tão só em um dia em que todos estão reunidos. Mas nem tudo pode ser do jeito que queremos! É a vida! No meu caso a distância faz com que percamos muitos momentos. Não me arrependo, mas bom seria se pudéssemos, de alguma forma, estar mais próximas em muitos outros momentos.

Por mais que procuremos, nunca vamos encontrar carinho igual ao que elas nos dão. Crianças ou adultos para elas não faz diferença. Seremos sempre indefesos para que elas possam prontamente cuidar de nós. Mas o tempo vai passando e elas é que vão se tornando crianças que precisam de todo o nosso carinho e cuidado.

Falando em mãe, essa semana eu ouvi que sou "uma mãe em potencial". Depois fiquei pensando nisso. Se eu for para os meus filhos metado do que minha mãe foi pra mim, eles serão pessoas boas. O que eu terei para ensinar foi tudo aprendido com ela.

Que Deus continue, a cada amanhecer, recarregando as baterias dessas mulheres para que elas continuem nos passando toda a energia, amor e ternura que só os braços e os lábios delas podem transmitir. Que elas saibam sempre o quanto são importantes para nós.

Para ela, para todas as mães...

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Lições



Uma das coisas mais importantes na vida é aprender. Triste das pessoas que esperam apenas que os ensinamentos venham restritamente através da palavra proferida. O silêncio, as atitudes, a vida de outrem, tudo é fonte de grandes ensinamentos. Recentemente estive com com as pessoas mais importantes de minha vida. Uma delas é essa pessoinha aí da foto. Meu avô. 84 anos de muitas histórias para contar. Mesmo que ele não conte nada. Basta observar um pouco para aprender muito com ele. Uma pessoa que veio do sítio, que com muita luta criou 18 filhos ( não é fraco não eim?!!). Depois de 13 cirurgias, uma parada cardíaca e dois AVCs ele deixa transparecer no semblante tudo que viveu e agora o que sente. Ele é meio durão, mas se dobra com as minhas brincadeiras e de minha irmã. Demonstra todo o carinho que tem por nós perguntando tudo sobre nossas vidas. Ele também tem uma forma meio estranha de demonstrar isso. Nega comida, manda embora, mas tudo vai pelo ralo no final com uma deliciosa gargalhada. Minha mãe brincou com ele dizendo que nós nunca mais queriamos vê-lo e ele nos quebra as pernas dizendo que "não importa. O importante mesmo é que ele pensa em nós todos os dias". Quando a memória ,que está começando a falhar, não atrapalha, ele lembra de bons momentos e disfarçando deixa a lágrima escorrer pelo canto do olho. Ele, por sua simples existencia, sem nem falar nada, me ensina muita coisa.Aprendamos todos nós com as pessoas que estão ao nosso redor. A vida vai ser bem mais rica. Tenha certeza.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dias de Chuva

Tirada de dentro do ônibus, indo a Campina esperando a chuvar vir


Dias de lembrar de muita coisa que aconteceu em dias de chuva.
Dias em que a chuva caiu de uma hora para outra justamente quando você estava indo para o colégio (com aquela blusa branca da farda que quando molha fica transparente e, mesmo sem ter peito nenhum, ficava morrendo de vergonha).
Dias em que você ficava em casa, depois de chegar do colégio, enrolada num lençol na sala, vendo filme e comendo leite ninho com açúcar.
Dias em que você ficava tomando banho de chuva nas bicas que caiam das casas, andando descalço nos "rios" que se formavam junto ao meio fio.
Dias em que você rezava para ver um relâmpago, mas tinha medo quando vinha o trovão.
Dias em que você se assustava com as notícias de acidentes que acontecia por causa da chuva. Dias em que você relembra a infância e depois de "velho" se junta com uma amiga e vai tomar banho de chuva na rua à noite.
Dias em que você ia à praia, à noite, tomar banho de mar na chuva. Dias em que você passa o dia esperando pela chuva.
Dias em que você fica apenas admirando o dia se preparar para a chuva.

sábado, 14 de abril de 2007

Na pele...




Dentre as muitas coisas que vivem ocupando espaço na minha cabeça, hoje, tomando banho, me veio mais uma: nossa pele fala muito de nós mesmos. Se alguém é muito branco, provavelmente não pode tomar muito sol, se tem sardas é porque deve ter tomado muito sol (por que será que falei nisso??!!) . Algumas cicatrizes contam alguma coisa que aconteceu e que vai nos acompanhar para sempre bem além de nossas memória. Alguma travessura de infância, algum acidente, a marca de nossa "estabanação"(quando a gente não toma muito cuidado e bate a perna, o braço em todo canto e fica roxo). Ou ainda, marcas que pagamos para tê-las e ainda temos que sofrer com a dor das agulhas para depois ficarmos cheios de orgulho do que escolhemos para tatuar e carregar para o resto da vida! (Se é pra tirar com o laser depois é melhor não fazer!!!). Se você resolveu tatuar algo é porque aquilo tem algum significado pra você, você tem que gostar (pelo menos acho que é pra ser assim e não entendo quando algué tem caveiras ou outras coisas estranhas tatuadas. O que elas querem dizer? Alguém me explica?!)

A minha pele fala muito. Tomei muito sol, já me operei, resolvi deixar marcado para sempre em minha pele coisas que adoro e que tem significado. A sua pele também fala???


sexta-feira, 13 de abril de 2007

Para começar... Feliz!!

Nada melhor do que poder inaugurar um novo espaço com a alma alegre e cheia de orgulho. Ontem fui assistir ao espetáculo do meu conterrâneo Antônio Nóbrega. Um homem que já anuncia no próprio nome toda a nobreza do povo. Um Antônio. Um nobre. Nóbrega. E para os que conhecem o trabalho do artista sabe que isso não é nenhuma rasgação de seda ou apenas mais uma manifestação do bairrismo que tenho nas entranhas. Não tem como ficar indiferente a representação que Nóbrega é da cultura pernambucana. Quando se fala em Pernambuco qual a primeira coisa que você lembra? Quando você vê Nóbrega, de que você se lembra? Ele é a cara do frevo. Ele vibra como o frevo.

A cultura pernambuca está bem representada na voz, violino e veias desse Antônio que pula, canta, brinca e faz do palco uma grande praça onde alegria, embebida pela música, vira doença que contagia. Doença? É. Os sintomas em mim eram notórios: primeiro os meus lábios começaram a se movimentar, como se alguém tivesse puxado os cantos de minha boca em direção às orelhas, sabe tipo um sorriso? O coração dando pulos, um tremor no corpo insistia em não deixar as minhas pernas paradas mesmo sentada na poltrona. E os arrepios então? Ficaram comigo durante quase uma hora e meia de espetáculo (em todos os sentido que possamos encontrar no dicionário)

Ah! Mas não acabou não! Como se não bastasse tudo isso dentro do teatro, depois do bis, os músicos inventam de transformar a Praça do Povo do Espaço Cultural em uma lembrança das ladeiras de Olinda em pleno carnaval e saem tocando e enchendo mais ainda o meu coração de alegria. E fui dormir uma pessoa mais feliz!!!