segunda-feira, 19 de julho de 2010

Surreal



de 2003


" O que é isso que tu tá comendo? Ovo é? (no prato tinha sushi).  Me arruma três reais para eu comprar um refrigerante. É que eu tô esperando o juíz sair de greve pra me defender aí eu não queria ficar sem fazer nada aí vou pra o cinema.  Eu queria que você me ajudasse pra eu comer."  Eu olhei pra minha irmã, ela pra mim e caímos na risada! Se não estivéssemos juntas e ela me contasse isso eu ia dizer que era "doidiça" dela.

sábado, 17 de julho de 2010

Mais sobre jornalistas

Minha turma de jornalismo na aula da saudade (2006)


Provérbios jornalísticos

Diga-me com quem andas que eu publicarei na revista de fofocas.

Depois da tempestade, vem a matéria de enchente.

Em terra de pessoa jurídica, quem tem carteira assinada é rei.

Quem nada deve com certeza não é jornalista.

De follow-up em follow-up o assessor de imprensa enche o saco

Aqui se faz frila, aqui não se paga.

Atrás de um grande repórter de TV, há sempre um grande produtor.

Quem indica amigo é.

A pressa é inimiga da boa apuração.

Não há folga que sempre dure, nem plantão que nunca se acabe.

Mais vale um frila na mão do que cem vagas de correspondente internacional voando.

Não adianta chorar sobre o furo tomado.

Em redação que tem estagiário bonitinho, jornalista cultural caminha de costas.

Quem tem boca vai à coletiva de imprensa filar um rango.

Devagar se perde o deadline.

Obs.: Texto recebido por e-mail

domingo, 11 de julho de 2010

Até quando?



                No caminho de casa eu ví flores. Algumas coroas. Pessoas em volta de alguém que, naquele momento, era só matéria. Cena que vai estar sempre acontecendo em algum canto e que volta e meia volta à minha cabeça. Meus olhos reagiram instantaneamente e me perguntei: até quando? Até quando vai doer tanto? Até quando essa lembrança vai virar líquido salgado que sai de mim com força e vontade própria?
                Por isso que não gosto de velórios. Fui a três em minha vida: um do irmão de Osias, do meu pai - não tinha como não ir e o do meu avô, que na verdade não fui ao... o velório foi em minha casa, casa na qual ele começou a formar a vida quando saiu do sítio, na minha sala, a mesma em que o ví morrer.
               Minha casa não será mais a mesma, minha sala de tantas lembranças boas agora tem cara de dor, essa palavrinha pequena mas que esmaga, estraçalha e fere como o pior dos carrascos brutamontes. E eu pergunto a você, tão poderosa dor: quando é que você vai cansar e vai embora? Até quando vai ser assim?