terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ao mestre

Tambaba/PB (By euzinha!!) Muitas pessoas deixam marcas em nossa vida. Pare um pouco agora. Só um minuto. Desligue a música. Tente lembrar de pessoas que, de alguma forma, marcaram a sua vida. Pessoas com as quais você até nem conviva mais como antes, mas que são importantes e arrumam sempre uma maneira de estar presente... São várias né? Eu também tenho várias dessas pessoas marcantes em minha vida. E sabe o que é melhor que se lembrar delas? É saber que você também foi marcante pra elas, que você marcou, positivamente, a vida de outra pessoa. Nossa! É muito bom! Ontem eu recebi um recadinho no orkt. Dizia assim: Edson Tavares: Oi, vou te usar de novo, viu? Explico: estou trabalhando com meu oitavo período de Letras, em Caruaru, a poesia dos blogs. E aí, claro, vc não poderia ficar de fora. Estou usando o excelente poema "Na rodoviária", e, de quebra aquele texto anterior, sobre a solidão humana. Tu é demais de boa, mulher. Amo tu, visse? Edson Tavares foi meu professor de português na quinta série. Todo sério, barba fechada e óculos pequeno. Cara de poucos amigos. Fez um trabalho de leitura maravilhoso com a nossa turma. E é dessa marca que eu falei no começo. Eram, se não me engano, três turmas de quinta série. Acho que cada uma com cerca de quarenta alunos. E ainda assim, no meio de tantos, eu o marquei de alguma forma. Na monografia dele para o Curso de Especialização, eu estava lá... 5.2 – Correspondência com autores Cláudia e Gilmara eram amigas e parceiras de leitura - parceria que se consolidou ao longo do processo  as duas com histórias parecidas. A primeira teve alguns problemas, no início. Desestimulava-se facilmente. À minha insistência, foi tomando gosto pelo projeto e evoluiu tanto quantitativamente (foi a que mais leu, em 1994: 53 livros), quanto qualitativamente. Veio de Cláudia um dos frutos mais deliciosos que colhi deste trabalho, sob a forma de conclusão de um texto sobre o livro Segredinhos de amor (Ganymédes José): Agora tem uma coisa: vocês vão ver se um dia eu ainda não escrevo um livro e boto uma dedicatória assim: Para meu querido professor de Português Edson Tavares, que me empolgou a ler tantos livros. Gilmara demorou um pouco mais a pegar o ritmo do trabalho. Foi mais por influência das amigas - principalmente de Cláudia - que se envolveu no projeto. Mais detida na leitura, atingiu a marca de 42 títulos, produzindo, desde o início, textos de uma criatividade notável. Revelou-se, mais tarde, uma excelente atriz, com uma capacidade interpretativa muito boa e uma performance de palco surpreendente. Foi dela um dos trabalhos mais originais que tive em minhas mãos, e assim registrei, à época, em relatório à Direção da escola: A criatividade também esteve presente, como nos textos da aluna Gilmara (5ª “B”), especialmente em sua análise do livro Diário de classe (Carlos Queiroz Telles): “Achei legal o jogo de palavras que o autor inventou, de uma palavra ele tira várias outras como: L u c i a n a L u a n a L i a i a L u c i a n a L i n a L a n a E mais interessante é que ele fazia as poesias com as palavras que ele encontrava no nome’. Ao final do texto, a própria Gilmara ‘inventou’ também uma brincadeira onomástica, nos moldes do livro, transformando, em seguida, em poema: G i l m a r a G i l m a r a m a r a r l a r a Gilmara Para os amigos Gil Pra família Mara. Gilmara Gosta do mar e do ar. Lara queria ser igual a Gilmara, Foi imitar, quebrou a cara.” Foram essas duas leitoras que sentiram a necessidade de ir além do livro, de concretizar o diálogo com a autora. Anotaram o endereço de Stella Carr e escreveram-lhe, falando sobre o trabalho realizado no colégio, elogiando alguns dos seus livros e fazendo alguns pedidos. A resposta da escritora, bem como os livros enviados à duas, eram como troféus. Mostraram-me a carta de Stella, que li para a turma. Depois, a própria autora comunicou-se comigo, ressaltando o valor do trabalho e parabenizando pelo desempenho e iniciativa das duas alunas, às quais não poderia atender o pedido completo, mas que fizera o possível para agradar. Imagino que tenham pedido, no mínimo, a obra completa da autora - por sinal vastíssima. ========================= Ele ainda falou bem de mim num relatório que fez para a diretoria da escola falando do resultado do projeto, uma colega já me disse que vez ou outra na faculdade "me dava" como exemplo na sala,deixa comentários ótimos nos posts e agora vai usar meus textos!! Ele era meu professor e ainda me diz que ele aprende muito comigo!! Pode isso?? Depois da "5ª série" em 1994, só nos reencontramos há dois anos. Em um Ano Novo. Eu estava de plantão. Na virada do ano. Sozinha na redação. Ele, sozinho em casa. Tinha sido um ano difícil pra ele. E passamos a "virada" juntos (pelo Google Talk). Foi um presentão de ano novo... Uma vantagem de o tempo passar é essa. A gente, de longe, vê bem melhor coisas que não tinhamos nem noção quando estávamos perto. Foi ele que me fez gostar de ler e de escrever. É a ele que eu tenho muito o que agradecer. Ah! e lá no começo não coloquei foto errada não. É que como não tenho foto com ele, coloquei algo que ele adora! Tambaba!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Vixeeee! desculpaí... Agora não fique besta, amarela! Amo tu, visse! Você merece muito maisssssssssssssssssssssssss

... disse...

Ficar com a menina dos olhos nadando... pode?
Tsnta coisa boa, né? é por isso que não desisto da vida, nunca... Por mais cruel que ela me pareça, às vezes, sempre vai valer a pena, quando podemos experimentar momentos como estes que vc relatou, e, principalmente, como este que estou vivendo, neste momento.

Ah, faltoui dizer uma coisa: que de uns tempos pra cá ficamos eu e Ivonete, nós dois corujando nossa cria, nos desmanchando em elogios e lágrimas de bem-querer por você.

Abreço de torar costela!

... disse...

Republicando, que pega mal um texto de um professor de português cheio de minhoquinhas ortográficas - mesmo que ditadas pela forte emoção com que foi escrito...
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Ficar com a menina dos olhos nadando... pode?
Tanta coisa boa, né? é por isso que não desisto da vida, nunca... Por mais cruel que ela me pareça, às vezes, sempre vai valer a pena, quando podemos experimentar momentos como estes que vc relatou, e, principalmente, como este que estou vivendo, neste momento.

Ah, faltou dizer uma coisa: que de uns tempos pra cá ficamos eu e Ivonete, nós dois corujando nossa cria, nos desmanchando em elogios e lágrimas de bem-querer por você.

Abraço de torar costela!