sábado, 29 de novembro de 2008

Peculiaridades...

Um dos sets de "Romance" em Cabaceiras. (By "mim") Hoje, finalmente, fui ver Romance, filme de Guel Arraes. Mas antes de falar do filme fiquei observando umas coisas... Fui na primeira sessão, às 14h10. Nunca tinha ido nesse horário, mas eu gostei. Descobrí algumas vantagens da primeira sessão: 1ª - Preço: Por ser bem cedo - num fim de semana duas da tarde o povo ainda tá na praia - a entrada é mais barata. E como nunca pedem a carteira de estudante - que não tenho mais - comprei meia e entrei na cara de pau mesmo. Antes eu ficava meio apreensiva "e se me pedirem a carteira?" e tal, mas agora já tem até desculpa pronta. Já me perguntaram: "rapaz! tu num tem vergonha disso não?" Minha resposta: " Não, nenhuma. Não tô entrando sem pagar! É um roubo o preço que eles cobram, não vejo problema em diminuir a margem de lucro deles". Gastei apenas R$3 pra ver um filme ótimo! 2ª - Comida: Como a sessão é cedo, eu tinha acabado de almoçar. Com barriga cheia não deu vontade da tradicional pipoca + coca-cola + chocolate (sim, porque o pacote tem que ser completo). Cinema sem esses complementos fica meio estranho, perde um pouco do clima, é verdade, mas como preciso emagrecer "me" fico arumando essas desculpas esfarrapadas. 3ª - Adolescentes: Tem coisa mais chata do que grupo de adolescente no cinema? Eles vão em bandos e a última coisa que fazem é prestar atenção ao filme. Eu já fui adolescente desse tipo aí e sei como é chato. (O cara que estava na minha frente quando fui assistir a Titanic pela quarta vez que o diga...). Por causa do horário, eu e as outras dez pessoas que estavam na sala (sim! eu contei!) assistimos ao filme na maior tranquilidade do mundo! Um paraíso! Sim, mas, o filme. Gostei muito. E minha vontade de ver esse e em especial é porque acompanhei um dia de filmagem lá em Cabaceiras. E é muito legal quando você vê como é feito e o produto pronto. Não vou fazer uma "crítica" sobre o filme porque eu fui só por lazer mesmo, não pra analisar isso ou aquilo. Eu tô de folga. Vou dar uma folguinha pra minha cabeça também... Quer dizer... vou tentar...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Deixa...

Rir com tudo, rir por nada Uma gargalhada ou um risinho no canto da boca Um riso contido ou aqueles que dá dor na bochecha e que parece que não vai acabar Como é bom sorrir! E bonito que é? O sorriso ilumina o rosto, dá leveza à alma, atrae mais sorrisos Rir é tão bom que tem gente que rí quando não pode Rí de nervoso, rí entre lágrimas É desse tempero que a gente precisa todo dia A receita para a alegria pode ser simples Começe a sorrir Só rir O resto a gente vê depois. p.s: Esse texto veio na cabeça porque eu me peguei rindo sozinha

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ao mestre

Tambaba/PB (By euzinha!!) Muitas pessoas deixam marcas em nossa vida. Pare um pouco agora. Só um minuto. Desligue a música. Tente lembrar de pessoas que, de alguma forma, marcaram a sua vida. Pessoas com as quais você até nem conviva mais como antes, mas que são importantes e arrumam sempre uma maneira de estar presente... São várias né? Eu também tenho várias dessas pessoas marcantes em minha vida. E sabe o que é melhor que se lembrar delas? É saber que você também foi marcante pra elas, que você marcou, positivamente, a vida de outra pessoa. Nossa! É muito bom! Ontem eu recebi um recadinho no orkt. Dizia assim: Edson Tavares: Oi, vou te usar de novo, viu? Explico: estou trabalhando com meu oitavo período de Letras, em Caruaru, a poesia dos blogs. E aí, claro, vc não poderia ficar de fora. Estou usando o excelente poema "Na rodoviária", e, de quebra aquele texto anterior, sobre a solidão humana. Tu é demais de boa, mulher. Amo tu, visse? Edson Tavares foi meu professor de português na quinta série. Todo sério, barba fechada e óculos pequeno. Cara de poucos amigos. Fez um trabalho de leitura maravilhoso com a nossa turma. E é dessa marca que eu falei no começo. Eram, se não me engano, três turmas de quinta série. Acho que cada uma com cerca de quarenta alunos. E ainda assim, no meio de tantos, eu o marquei de alguma forma. Na monografia dele para o Curso de Especialização, eu estava lá... 5.2 – Correspondência com autores Cláudia e Gilmara eram amigas e parceiras de leitura - parceria que se consolidou ao longo do processo  as duas com histórias parecidas. A primeira teve alguns problemas, no início. Desestimulava-se facilmente. À minha insistência, foi tomando gosto pelo projeto e evoluiu tanto quantitativamente (foi a que mais leu, em 1994: 53 livros), quanto qualitativamente. Veio de Cláudia um dos frutos mais deliciosos que colhi deste trabalho, sob a forma de conclusão de um texto sobre o livro Segredinhos de amor (Ganymédes José): Agora tem uma coisa: vocês vão ver se um dia eu ainda não escrevo um livro e boto uma dedicatória assim: Para meu querido professor de Português Edson Tavares, que me empolgou a ler tantos livros. Gilmara demorou um pouco mais a pegar o ritmo do trabalho. Foi mais por influência das amigas - principalmente de Cláudia - que se envolveu no projeto. Mais detida na leitura, atingiu a marca de 42 títulos, produzindo, desde o início, textos de uma criatividade notável. Revelou-se, mais tarde, uma excelente atriz, com uma capacidade interpretativa muito boa e uma performance de palco surpreendente. Foi dela um dos trabalhos mais originais que tive em minhas mãos, e assim registrei, à época, em relatório à Direção da escola: A criatividade também esteve presente, como nos textos da aluna Gilmara (5ª “B”), especialmente em sua análise do livro Diário de classe (Carlos Queiroz Telles): “Achei legal o jogo de palavras que o autor inventou, de uma palavra ele tira várias outras como: L u c i a n a L u a n a L i a i a L u c i a n a L i n a L a n a E mais interessante é que ele fazia as poesias com as palavras que ele encontrava no nome’. Ao final do texto, a própria Gilmara ‘inventou’ também uma brincadeira onomástica, nos moldes do livro, transformando, em seguida, em poema: G i l m a r a G i l m a r a m a r a r l a r a Gilmara Para os amigos Gil Pra família Mara. Gilmara Gosta do mar e do ar. Lara queria ser igual a Gilmara, Foi imitar, quebrou a cara.” Foram essas duas leitoras que sentiram a necessidade de ir além do livro, de concretizar o diálogo com a autora. Anotaram o endereço de Stella Carr e escreveram-lhe, falando sobre o trabalho realizado no colégio, elogiando alguns dos seus livros e fazendo alguns pedidos. A resposta da escritora, bem como os livros enviados à duas, eram como troféus. Mostraram-me a carta de Stella, que li para a turma. Depois, a própria autora comunicou-se comigo, ressaltando o valor do trabalho e parabenizando pelo desempenho e iniciativa das duas alunas, às quais não poderia atender o pedido completo, mas que fizera o possível para agradar. Imagino que tenham pedido, no mínimo, a obra completa da autora - por sinal vastíssima. ========================= Ele ainda falou bem de mim num relatório que fez para a diretoria da escola falando do resultado do projeto, uma colega já me disse que vez ou outra na faculdade "me dava" como exemplo na sala,deixa comentários ótimos nos posts e agora vai usar meus textos!! Ele era meu professor e ainda me diz que ele aprende muito comigo!! Pode isso?? Depois da "5ª série" em 1994, só nos reencontramos há dois anos. Em um Ano Novo. Eu estava de plantão. Na virada do ano. Sozinha na redação. Ele, sozinho em casa. Tinha sido um ano difícil pra ele. E passamos a "virada" juntos (pelo Google Talk). Foi um presentão de ano novo... Uma vantagem de o tempo passar é essa. A gente, de longe, vê bem melhor coisas que não tinhamos nem noção quando estávamos perto. Foi ele que me fez gostar de ler e de escrever. É a ele que eu tenho muito o que agradecer. Ah! e lá no começo não coloquei foto errada não. É que como não tenho foto com ele, coloquei algo que ele adora! Tambaba!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mais um ano

Na minha formatura do ABC Ela estava trabalhando. Era uma loja de shopping no centro da cidade e o clima era ótimo, música boa, fim de expediente, pouco movimento, hora em que os vendedores aproveitam pra relaxar um pouco. - Gilmara, telefone pra vc. - Alô? - Oi meu amor, tudo certo? - Oi mainha, tudo. Diga aí... - Olhe, tô ligando pra dizer que seu pai precisou ir pra o hospital... Ele tá na UTI mas os médicos ainda não disseram muita coisa não. - ... o que foi que ele teve? - Eu ainda não sei direito, meu amor, ele tava meio ruim esses dias, nem pra hemodiálise aguentou ir, aí eu vim aqui fazer um exame e encontrei ele, tava indo se internar... - tá bom... vá me dizendo como ele tá, viu? - Tá, pode deixar. Mas tente ficar bem.. - Tá bom... beijo - se cuide, beijo, eu ligo depois... Ela foi pro estoque. Chorava. Muito. Tanta coisa passava pela cabeça. A relação com o pai nunca foi das melhores. Ela queria que ele fosse realmente pai. Ele não era. Ela desistiu dele. Mas agora, a notícia da UTI era dura demais. Tinham quase trezentos quilômetros os separando. Foi pra casa com os olhos vermelhos. Muda. Ia ter uma calourada na universidade naquele dia. Tava tudo certo, ela iria com os amigos, mas não tinha mais ânimo. A mãe ligou de novo e insentivou que ela fosse. Ficar em casa ia ser pior, não ia ajudar, melhor tentar se distrair. O aniversário da amiga tinha sido no dia anterior. Elas iam comemorar. Decidiu ir... Na calourada ainda conseguiu dar alguns sorrisos, dançou um pouco, mas não era ela. Uma pessoa que a conhecia como poucos notou e chamou pra conversar. Uma longa e deliciosa conversa. Voltaram pra o grupo. Era 21 de novembro de 2003 por volta das 23h. Segurando o dedo indicador da mão direita Gilmara disse: - Eita... vou fica três dias de luto agora... Quando viu que a amiga segurava o dedo, Renata já disse: - Vai! Deixa de palhaçada, o que foi eim? - Eu quebrei minha unha!!! oowww tava tão bonitinha... tô triste agora... De outras vezes ela já tinha ficado "triste" por ter quebrado a unha. Dessa vez era diferente. O coração tava apertado, tava ruim de respirar... A notícia só chegou no outro dia às seis da manhã. Por telefone. - Meu amor, venha pra casa venha... Mainha não precisou dizer mais nada. Eu fui. Caruaru nunca foi tão longe, chorei o caminho todo atrás dos meus óculos escuros. Minha melhor amiga estava com oito meses mas ficou do meu lado o tempo todo. Foi quem me segurou nas duas vezes que as pernas fraquejaram na frente do caixão. Fazia meses que eu não falava com ele. E foi naquele momento que eu realmente percebi o quanto eu parecia com ele. O nariz, as mãos... iguais. - Você me enganou. Tinhamos um trato. Você disse que só ia morrer depois que eu tivesse formada... Eu disse quando jogaram a última terrinha sobre o caixão. Eu também enganei ele. Apesar de todas as palavras duras que eu disse olhando no fundo dos olhos grandes dele, eu não disse uma coisa: que ainda assim eu o amava. Eu nunca disse isso a ele... Ah... na certidão diz que ele morreu às 22h50 ... lembra da hora que eu falei da unha, do luto?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Foi ontem

Eu e Kleyton na Hering. Primeiro lugar que trabalhei aqui (Dezembro de 2001) É a única foto mais próxima da data da minha chegada... Ontem, 18 de novembro de 2001 Caruaru, 01h Um ônibus cheio de gente se preparava para passar o dia na praia. Mulher gritando, menino chorando, bêbados batucando no fundão. Lá em Caruaru, a gente chama essas "farofadas" de "embaixada". Como era um passeio, a mala desse ônibus ia vazia. Meus poucos pertences podiam ir alí e eu não ia ter que gastar pagando frete pra minha mudança nem com passagem. O dono do ônibus era pai da menina com quem eu iria morar. Destino: João Pessoa. Chegamos em Tambaú, pertinho do Busto de Tamandaré o sol estava nascendo. "Eu num acredito não! A pessoa anda que só a bixiga lixa pra vim parar num praia que é um buraco é? Ai meu Jesus! Melhor ter ido pra São José mermo. Pra nunca mais!!" Essa foi a primeira coisa que ouvi de uma das passageiras do ônibus assim que ví a praia. Depois que todos desembarcaram seguimos para os Bancários, para minha nova casa. O apartamento era na principal do bairro, em cima de uma casa lotérica e de uma locadora, tinha uma banca de revista na frente, um mercadinho do lado, padaria um pouco mais na frente, seguindo na calçada um supermercado grande e um shopping. Também era perto da universidade. "Que bom, tudo perto. Acho que vou gostar daqui" eu pensei quando desci do ônibus. No apartamento de três quartos já moravam duas meninas. Vivi me recebeu bem do jeitão alegre e espalhafatoso dela! Já parecia que nos conheciamos (tinhamos nos visto apenas uma vez antes da minha chegada). Fui com minha mãe e minha irmã arrumar meu quarto. Enquanto colocava as coisas no lugar eu não parava de tentar imaginar como é que ia ser a minha vida alí. Arrumamos tudo, fomos à praia, minha mãe foi embora chorando. "O peixe ficou muito grande pra o aquário. Teve que sair pra procurar o mar", eu ouvi. Eu achei que ia chorar muito também. Mas chorei só um pouco. Eu tinha 18 anos. Estava saindo do meu ninho pra um lugar onde eu não conhecia nada nem ninguém. Na minha bagagem muitos projetos, sonhos e desejos.Muita esperança. Ontem, 18 de novembro de 2008 João Pessoa Passados sete anos da minha chegada em João Pessoa muita, muita coisa aconteceu. Um resumo: Começei a trabalhar no começo de dezembro de 2001, em janeiro de 2002 começei a namorar, também em janeiro começaram minhas aulas no curso de Jornalismo, motivo de minha vinda pra cá, saí de emprego, entrei em emprego, em 2004 começei a estagiar na Cabo Branco, terminei o namoro(passamos 2 anos e meio juntos), ano seguinte começei a namorar, minha irmã veio morar comigo, em 2006 me formei, fui efetivada, acabei o namoro (foram outros 2 anos e meio), minha irmã casou, arrumei um namorado em outra cidade que dessa vez não durou tanto, fui promovida. Temperando tudo isso fiz muitos amigos, viagens, me preocupei, chorei, muitas alegrias, momentos que nunca vou esquecer, pessoas que quero ter pra sempre e uma coisa que vai me acompanhar pro resto de minha vida: Experiência. Aprendi muito aqui. Um balanço? Foram ótimos 7 anos!! Mas parece que foi ontem...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pedaços

Gigi (a de "dez anos") eu e a Maguinha (a de "dois anos") O que seria de nós se fossemos sozinhos no mundo? Bem, sozinho, sozinho, não, digo: se não tivéssemos amigos?? Tem gente que tem um monte. Tem gente que só tem alguns, mas triste de nós se não tivéssemos nenhum. Com o passar do tempo, os amigos se tornam pedaços de nós e nós deles. E esse fim de semana tive momentos muito legais com dois "tipos" de amigas diferentes: uma amiga de longas datas - dez anos!! - e outra amiga "recente"- acho que perto dos dois anos. Cada uma entrou em minha vida de uma forma diferente, mas as duas conseguiram, rapidamente, fazer com que eu quisesse que elas nunca mais saiam. Uma tá distante.A outra tá perto. Com uma eu tenho milhares de bons momentos e lembranças maravilhosas de uma das melhores épocas de minha vida e que eu morro de saudade. A outra está acompanhando momentos muito importantes que tenho vivido nos últimos tempos e, juntas, sempre olhamos pra frente, querendo saber como vai ser. A gente rí muito, conversa besteira, não precisa nem dizer que a outra entende, dá bronca quando necessário, ouve, fala, não faz nada, aprende junto, descobre junto. Na correria nossa de todo dia é muito bom saber que em algum momento, de alguma forma - seja almoçando junto ou indo ao cinema, seja numa ligação ou numa conversa pelo MSN - vamos ter pessoas especiais pra compartilhar tudo, ou até mesmo nada!! Costumo dizer que Deus é muito ocupado. Apesar de nunca desamparar a gente ele tem muita coisa pra tomar conta!! Aí ele inventou os amigos pra ajudá-lo nisso!!! Seja com dez ou com dois anos de amizade, essas duas tem uma coisa em comum: AMO MUUUUITO!!!

sábado, 15 de novembro de 2008

Presente

Tá vendo aquela luzinha mas clara alí?? É a lua! Linda, cheia, de presente pra mim na minha varanda...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Viva!!!

Essa é Viva La Vida. Do disco homônimo do Coldplay. A música tem o poder de mexer comigo. Ela me deixa triste, nostálgica, pensativa, tranquila, alegre. Essa é uma das que tem me deixado feliz. Não sei explicar, mas ela consegue fazer isso. Dá uma sensação boa, vontade de sair cantando alto e dançando!!! Viva lá Vida está na minha lista das mais ouvidas dos últimos tempos.(Ela e outras que já compartilhei com você aqui em posts anteriores). Tem uma comunidade no orkut que diz "minha vida tem trilha sonora" e a minha tem mesmo. A primeira coisa que faço ao levantar é colocar uma musiquinha. Tenho mais de duas mil no meu computador e tem umas que nem ouço mais, mas morro de pena de deletar porque fico achado que qualquer hora vai me dar vontade de ouvir e eu não vou ter mais!! O silêncio dói no meus ouvidos. (Salvo raras exceções...) "Vivamos la vida sempreee!!" Beijos

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Três verbos

Foto: Pedro César (Pedinho) Eu acredito no que não vejo Às vezes eu vejo e não quero acreditar O que meus olhos não vêem Meu coração sente, sim! Às vezes o que os olhos vêem Não faz meu coração sentir Quero continuar sempre acreditando, vendo, sentindo Quero, vez ou outra, não acreditar, não ver, não sentir Quero tanto e tão pouco...

sábado, 8 de novembro de 2008

Deus é que sabe


Discover The Raconteurs!
Esse da foto é meu avô. Seu José Ferreira Dias. Pai da minha mãe. 86 anos (essa idade dele é um problema. Ele tem uma de verdade e outra no registro. Nunca sei qual "voga"). Essa música é Broken Boy Soldier, dos The Raconteurs. Banda da qual Jack White, do White Stripes, faz parte. Quando eu tava indo pra Caruaru a exatos oito dias ouvi muito essa música e uma parte ficou na minha cabeça: "I'm child and man then child again / the boy never gets older " ("Eu sou criança e homem e depois criança de novo/ o garoto nunca fica velho") E hoje, vendo as fotos da ida a Caruaru, me lembrei da música. Lembrei do meu avô. E é bem assim que as coisas são. A gente é criança, vira adulto. Depois, criança de novo. É assim que meu avô está faz algum tempo. Ele voltou a ser criança. Diz o que pensa sem ligar pra nada. Tem o mundo de fantasias na cabecinha dele. Diz coisas que a gente se pergunta: como é que ele lembrou disso? Fala com todo mundo com simpatia (bem, simpatia ao modo dele) mas esqueçe os nomes. Um homem forte como todo sertanejo. Teve 18 filhos, trabalhou na roça, "neguciou" na feira enquanto a saúde deixou. Teve dois AVCs, paradas cardíacas, usa um marcapasso, já fez outras tantas cirurgias, está com Ausaimer. Faz dois dias que ele está internado. O velho coração está cansando. Está grande. Agora, literalmente. Os pulmões também estão cansando. Seu José lutou contra muita coisa, mas a espada está caindo da mão dele. Uma mão grande e forte. Um aperto de mão que nunca vou esquecer. "Quando for aperta a mão de alguém, tem que ser cum força. Um aperto de mão é a garantia que o caba é de respeito, que pode confiar nele.Hoje tem um monte de coisa aí que num dá garantia de nada. Antigamente a gente fechava negócio só com um aperto de mão. E se fosse forte, pudia confiar." Enquando o do meu véi tá grande, o meu coração tá apertado e na mão. Tenho medo quando o telefone toca. Quando recebi a notíca da morte do meu pai também foi por telefone... É o preço de crescer e ganhar asas... Quando eu era criança, ele era grande. Agora que sou grande, ele é criança.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Palavras dela

Faz alguns dias que Bárbara me apresentou esse blog. Lindo. De uma mulher que mostrou força quando mais precisava. Uma mulher de palavras simples mas que são mais que palavras. São sentimentos. E agora ela tá lançando um livro. Não vou dizer muito. Vou deixar que ela diga.