Já imaginou, um certo dia, abrir o olho e perceber que sua mente está vazia, que você não lembra mais de nada? Dá angústia só de pensar. Imagina não lembrar daquele dia que você estava na janela, fazendo uma graça com uma amiga e quando menos espera a "graça" bate à sua porta... Imagina esquecer que depois de horas de conversa você ouve "E são verdes?" e daí começam a surgir músicas e referências aos "olhos de mata atlântica".
Já pensou não lembrar mais da sensação gostosa de achar bom um dia de chuva, não lembrar da sensação de o mundo parar junto com sua respiração e seu coração quando você recebeu uma mensagem no celular que dizia "Não sei se ainda é você".
Não quero nem pensar em como seria ter apagado da mente aqueles minutos embaraçosos que antecederam o banho de mar à noite, as garrafas de vinho e as gargalhadas de amigos ligados por algo que nunca saberemos explicar.
E aquela cena de cinema da qual só se escapou por pura sorte, que ainda gera calafrio só de lembrar e que você tem vontade de um dia contar para os filhos? Nossa, dói só de pensar que ela um dia não esteja mais na memória. Imagina esquecer as músicas, os silêncios, as risadas, os pensamentos que não precisavam ser completados para serem compreendidos, os textos que se completavam, as palavras rebuscadas e difícies na escrita que significavam o que há de mais simples, a certeza do carinho mesmo com a distância e o tempo fazendo questão de mostrar que existem. Pensando bem, é melhor não imaginar nada disso.
PS.: Tudo isso porque eu ouvi uma música.
Um comentário:
Somos passageiros de uma fração de tempo guardado em algum lugar... Ele não se perde.
Postar um comentário