O sono em você, desperta em mim uma inexplicável sensação de posse. Todo seu. O sono? Sim. Já tenho ele. E ao tê-lo, tem muito. Tem um pouco de minha alma nas mãos. Acredito nisso. Boa e sutil esquiva. Reverei a aplicação de meus verbos. Esquiva ou não quem sabe só uma forma de você falar mais. Você ainda terá em leves parcelas diárias, fragmentos de minhas crônicas proibidas. Proibidas para os outros, logo, podem ser divulgadas completas para mim. Quem sabe no final, você construirá um livro de memórias ou um diário escrito por outro. A cada dia fico menos comedido em detalhar minhas crônicas. Acho que a riqueza de muitos detalhes dos outros, mudam a concepção que temos sobre nós mesmos. A gente passa a pensar nos nossos próprios detalhes. É verdade... Tudo em duas dimensões, o que você vê e como é vista. Isso é bom! Essa música, como as várias que você me mostra de tempos em tempos, expressam uma silenciosa maturidade sua que cresce no meio das frestas das árvores. Vagueia por gostos, concepções e tendências mais introspectivas. Você passa boa parte do seu tempo, viajando sozinha no meio de muita gente. Você não será digital nunca. Você é melhor escutada em um toca discos. Digamos que você seja um LP de ótima concepção.
(Frases soltas de épocas distintas mas que formam um belo conjunto)