Foto: Serginho Costa
Você já parou para pensar quando foi que recebeu a sua última carta? E quando enviou a última? Sim. Carta!! Pegar um envelope, selar e colocar no Correio? Pegar uma caneta e deixar que ela corra no papel dando formas a muitas letrinhas que expressam algum tipo de sentimento? É, eu também me fiz essa pergunta e não consegui achar a resposta...
Com essa modernidade que há muito já bateu à nossa porta e que a cada momento nos atropela numa velocidade assombrosa, acabamos deixando algumas coisas de lado. Todo o calor que antes era transmitido em uma carta, agora é substituído por fontes dos mais variados tipos e tamanhos e que são enviados como num passe de mágica. Uma mensagem que levaria alguns dias para chegar ao destinatário através do Correio, por exemplo, agora chega em questão de segundos.
E a questão de velocidade e tempo também nos remete a uma outra observação. Você já parou para observar que a falta de tempo nos deixa, digamos, mais acomodados? (Alguns que se sentem ofendidos pela palavra “acomodado” preferem usar uma outra: “prático”. Será??) Tudo bem que tenhamos que acompanhar o ritmo dos tempos. É até importante que façamos isso. Mas a tal falta de tempo também muda nossas formas de comunicação. Não temos mais “o tempo” de parar diante do computador e falar como estão as coisas conosco ou para saber como estão as coisas com a outra pessoa. Nossas caixas e-mails ficam lotadas de mensagens em massa ou correntes que são enviadas pelos amigos. Algumas simplesmente selecionamos os contatos que estão armazenados e apertamos em “encaminhar”.
Além disso, um outro vício se instala: o internetês. Abreviações usadas na hora de digitar um texto. Quem é freqüentador das salas de bate-papo sabe bem o que é isso. Na língua portuguesa, a palavra surgiu como “vossa mercê”, depois passou para “vos micê”, depois para “você” e que hoje já virou “ce”. Para quem não tem muita intimidade com a linguagem fica difícil entender o que está sendo dito.
Depois dessas observações você pode estar pensando que sou contra tudo isso. Não. Não é isso... Também faço parte desse mundo cibernético! Mas, como muitas pessoas antigamente, não dispenso os bons e velhos papel e caneta! É apenas um momento nostálgico inserido entre bytes e gigabytes.